A lei é mais importante que o homem
Vivemos
num Estado democrático de direito. Dentre as várias implicâncias desta
realidade, andar conforme as leis do nosso país é das mais importantes.
Transgredir estas leis leva-nos a punições antecipadamente previstas. A
democracia, como qualquer outro regime, é assim, para funcionar bem, depende do
constante respeito às leis definidas e aprovadas por toda sociedade.
Transgressões
acontecem todo dia. O volume é tão grande que nem ficamos sabendo, pois seria
impossível relatar detalhadamente as malandragens de cada transgressor. Existem
casos, no entanto, que a mídia não deixa passar em branco. É o caso que estamos
assistindo do senador Demóstenes Torres.
Hoje
pela manhã, 03.04.12, ouvia uma conversa na CBN entre Milton Jung e Kennedy
Alencar. Os dois analisavam a situação do senador. Foi a frase título deste
texto, dita pelo Kennedy Alencar, que me chamou atenção: A lei é mais
importante que o homem. A afirmação apontava para os deveres e obrigações de
todos nós perante a lei, independente de cargo, nome ou posição social, afinal,
seguindo a linha de raciocínio da conversa, as liberdades e vantagens
conquistadas pela democracia só podem ser desfrutadas se a lei for cumprida por
todos.
Kennedy
fez outra afirmação. Disse que todos os transgressores merecem punição, porém
alguns merecem mais. Como exemplo citou a figura do padre. Uma coisa é um fiel
católico cometer um pecado na área sexual, outra muito mais grave é se um
sacerdote católico cometer. O escândalo é muito maior, consequentemente a
punição também. O mesmo vale para pastores.
Por
que o papo na CBN fez estas comparações? Simples, porque o senador Demóstenes
Torres sempre se posicionou como uma alta reserva de moral. E nada mais
dramático quando um moralista cai na lâmina afiada do seu próprio discurso.
Alguns pastores, de noviços seminaristas até octagenários, insistem no papel de
paladinos da moral. Tal papel é arriscadíssimo.
Pastores
são homens. Homens são falhos e limitados, sujeitos a paixões e tentações.
Homens são fracos, frágeis e inevitavelmente pecadores. Exatamente por isso não
podemos esquecer que a exemplo do rebanho também somos ovelhas, carentes de
graça e perdão todos os dias. Ontem, hoje e amanhã. Sempre.
A
lei que proclamamos aos corações que nos ouvem, vale igualmente para nós. Esta
simples realidade deveria fazer-nos repensar atitudes, posturas, juízos,
decisões. Deveria impulsionar nossas energias para mais afeto, tolerância,
compreensão, longanimidade, paciência, amor, paz e fé. Essas coisas contra as
quais não há lei.
Em
parte concordo com o Kennedy, a lei é mais importante que o homem. Mas tenho
minha ressalva. A lei é mais importante quando enxergo nela a graça de Deus me
moldando, me amando e me preservando das desgraças desta vida. Principalmente
quando ela, a lei, é o fruto resultante do meu espírito ter entendido pelo
Espírito que lá na cruz fui graciosamente salvo por Cristo, o sábio Criador das
boas obras para que eu ande nelas.
Paz!
Por: Pr. Edmilson
Mendes
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