quarta-feira, 4 de abril de 2012

A lei é mais importante que o homem


A lei é mais importante que o homem


Vivemos num Estado democrático de direito. Dentre as várias implicâncias desta realidade, andar conforme as leis do nosso país é das mais importantes. Transgredir estas leis leva-nos a punições antecipadamente previstas. A democracia, como qualquer outro regime, é assim, para funcionar bem, depende do constante respeito às leis definidas e aprovadas por toda sociedade.

Transgressões acontecem todo dia. O volume é tão grande que nem ficamos sabendo, pois seria impossível relatar detalhadamente as malandragens de cada transgressor. Existem casos, no entanto, que a mídia não deixa passar em branco. É o caso que estamos assistindo do senador Demóstenes Torres.

Hoje pela manhã, 03.04.12, ouvia uma conversa na CBN entre Milton Jung e Kennedy Alencar. Os dois analisavam a situação do senador. Foi a frase título deste texto, dita pelo Kennedy Alencar, que me chamou atenção: A lei é mais importante que o homem. A afirmação apontava para os deveres e obrigações de todos nós perante a lei, independente de cargo, nome ou posição social, afinal, seguindo a linha de raciocínio da conversa, as liberdades e vantagens conquistadas pela democracia só podem ser desfrutadas se a lei for cumprida por todos.

Kennedy fez outra afirmação. Disse que todos os transgressores merecem punição, porém alguns merecem mais. Como exemplo citou a figura do padre. Uma coisa é um fiel católico cometer um pecado na área sexual, outra muito mais grave é se um sacerdote católico cometer. O escândalo é muito maior, consequentemente a punição também. O mesmo vale para pastores.

Por que o papo na CBN fez estas comparações? Simples, porque o senador Demóstenes Torres sempre se posicionou como uma alta reserva de moral. E nada mais dramático quando um moralista cai na lâmina afiada do seu próprio discurso. Alguns pastores, de noviços seminaristas até octagenários, insistem no papel de paladinos da moral. Tal papel é arriscadíssimo.

Pastores são homens. Homens são falhos e limitados, sujeitos a paixões e tentações. Homens são fracos, frágeis e inevitavelmente pecadores. Exatamente por isso não podemos esquecer que a exemplo do rebanho também somos ovelhas, carentes de graça e perdão todos os dias. Ontem, hoje e amanhã. Sempre.

A lei que proclamamos aos corações que nos ouvem, vale igualmente para nós. Esta simples realidade deveria fazer-nos repensar atitudes, posturas, juízos, decisões. Deveria impulsionar nossas energias para mais afeto, tolerância, compreensão, longanimidade, paciência, amor, paz e fé. Essas coisas contra as quais não há lei.

Em parte concordo com o Kennedy, a lei é mais importante que o homem. Mas tenho minha ressalva. A lei é mais importante quando enxergo nela a graça de Deus me moldando, me amando e me preservando das desgraças desta vida. Principalmente quando ela, a lei, é o fruto resultante do meu espírito ter entendido pelo Espírito que lá na cruz fui graciosamente salvo por Cristo, o sábio Criador das boas obras para que eu ande nelas.


Paz!

Por: Pr. Edmilson Mendes

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